Fui Demitido/a!!! E Agora?

Superar o emocional: o primeiro passo para conquistar uma recolocação profissional.

Na maioria das vezes, ser demitido é uma experiência desagradável. Posso afirmar com a autoridade de já ter passado por essa experiência em minha carreira e ter apoiado inúmeros profissionais que fizeram suas transições de carreira, além de pessoas do meu convívio pessoal.

Cada pessoa reage de maneira diferente diante da desagradável experiência da demissão. Alguns conseguem lidar com o assunto de forma tranquila e serena, já outros, sofrem muito e sentem o seu impacto de forma muito mais profunda como se o “chão sob seus pés fosse removido”.

Especialistas no assunto, comparam a dor de uma demissão com a dor da perda de alguém próximo. Porém, nem sempre isso é regra, pois já observei diversas reações diferentes diante essa situação. No entanto, em muitos casos é comum a pessoa passar por uma verdadeira montanha russa de emoções.

Simplesmente “remoer” ou “lutar” contra as nossas emoções com certeza, não é uma boa saída. A melhor opção é tomar consciência de que aquilo que estamos sentindo faz parte de um processo de “digestão do assunto”. Esta aceitação, pode nos ajudar a passar por esse ciclo mais rapidamente. Quanto antes chegarmos à finalização do ciclo, onde as emoções predominantes são de negação, raiva, revolta, frustração e medo, melhor será para nosso processo de busca e conquista de uma recolocação.

Mas, “como posso me sentir positivo, entusiasmado, cheio de energia se eu fui demitido? “

Sei que não é fácil. Mas neste momento, o melhor a se fazer é encarar a realidade. Para conquistar um novo emprego, você vai precisar conversar com muitas pessoas, fazer algumas ou várias entrevistas, vai ter que “se expor”. Porém, quando estamos muito envolvidos pela negatividade, transmitimos isso aos nossos interlocutores e com certeza eles irão eles perceber. Coloque-se no lugar do seu interlocutor: se você estivesse contratando alguém para sua empresa, escolheria um candidato amargurado, rancoroso, cansado, esgotado, ansioso, sem energia e abatido? Muito provavelmente não, mesmo que este candidato tenha sido indicado por alguém de confiança.

Para se preparar para essa fase, seguem algumas dicas ou sugestões que podem te ajudar, caso esteja passando por esse momento:

1. Acredite!! Esta é uma fase que vai passar.... não é eterno. Tudo vai se resolver!
Assim como outras situações de sua vida pessoal ou trajetória profissional, você já deve ter passado por outros momentos desafiadores. Lembre-se daquela situação que você vivenciou e que no momento não encontrava uma saída imediata. Mas com a evolução do tempo, as coisas foram se desdobrando, opções foram aparecendo e no final você superou.
Quantas situações como estas você já viveu?

Pois é, esse é mais um daqueles desafios de vida. É importante você ter a consciência que isso não é eterno, mas sim um evento transitório.


2. Você não é “menor” ou “pior” por que foi desligado/a
Boa parte dos profissionais saem das empresas em função de reestruturações, eliminação de funções, poucos saem por baixa performance ou outros motivos. Mesmo assim, muitos sentem-se diminuídos e começam a questionar a própria competência de forma exagerada, severa e tem sua autoconfiança abalada.
Permita-se fazer as seguintes perguntas: Depois que você saiu da empresa, sua capacidade de resolver problemas diminuiu? E suas realizações, resultados que gerou, promoções que recebeu ao longo da carreira, sumiram ou desapareceram? Claro que não! Tudo isso continua pertencendo a você e faz parte da sua trajetória, ninguém te tira isso.

Por isso, cabe fazer um exercício interessante:

Pegue uma folha e construa uma linha do tempo marcando em sequência cronológica todos os cargos que ocupou desde quando começou. Marque com destaque os momentos em que cresceu na carreira ou foi promovido/a. Para cada período liste suas realizações, projetos, inciativas que conduziu e os resultados que gerou para a empresa onde atuava. Veja a linha de crescimento, de onde você partiu, aonde chegou, veja o seu progresso, vejas as suas contribuições! Ao término deste exercício você irá pensar: “Nossa, não imaginava que já fiz tudo isso, dá até orgulho de ver”.


3. Organize e planeje o seu dia e a sua semana
É claro que parte do seu dia você vai dedicar à pesquisa e busca de novas oportunidades, contatos, networking e entrevistas. Reserve também uma outra parte para atividades que lhe proporcionem prazer. O que você gosta de fazer e percebe que te energiza? Exercícios físicos, leituras, passar tempo de qualidade com sua família, meditar? Tem algum hobby que acabou ficando para trás que de repente poderia ser retomado? Essas atividades voltadas para você são muito importantes para recarregar suas baterias e ter energia para colocar em seu processo de recolocação.


4. Converse sobre seu momento com pessoas de sua confiança
Muitas vezes só de falar a respeito daquilo que te incomoda ajuda a organizar as ideias e isso pode acelerar o seu processo. No entanto, é importante escolher pessoas nas quais você confie, sinta-se à vontade e que não te julguem de uma forma ou de outra.


5. Exercite e pratique a gratidão
Sem ter a pretensão de adentrar as questões holísticas ou espirituais. Esta é uma sugestão prática. Quando você se sente verdadeiramente grato por algo, a negatividade desaparece, a boa energia volta, você age mais e as coisas acontecem. Pelo que você pode se dizer grato/a? Talvez pelo que já conquistou e progresso até aqui, por sua saúde, pela sua família, pelas condições que possui que lhe permitem seguir em frente, pelo local onde nasceu, pelas oportunidades que já teve ao longo da vida?

Faça uma lista das coisas pelas quais você é grato/a e verá que vale a pena seguir em frente.

6. Se precisar, procure e busque ajuda profissional
Se mesmo com as dicas e sugestões anteriores você não encontrar forças, procure por um/a psicólogo/a ou psiquiatra. Muitas vezes, a gente pode precisar de uma ajuda externa. Os métodos e tecnologias estão aí para serem utilizados. Fazer uso deles quando necessários é ser inteligente. Um profissional qualificado nessas áreas poderá avaliar melhor a sua situação e indicar o caminho mais adequado naquele momento, caso seja necessário.


Enfim, muitas vezes o processo de recolocação pode ser comparado a prática de corrida de rua ou maratona onde o mais importante não é a velocidade, mas sim a resistência. Nesta modalidade esportiva vence quem não desiste, mesmo não chegando em primeiro, segundo ou terceiro lugar.... o importante é chegar à linha. Assim deve ser o seu estado emocional durante a jornada pode fazer toda a diferença no resultado. Espero que essas dicas te ajudem e que você consiga em breve o tão desejado novo emprego.


Boa Jornada !!!


Rennan Silva